sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Definitivo


"Definitivo, como tudo o que é simples. 
Nossa dor não advém das coisas vividas, 
mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram. 

Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos 
o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções 
irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado 
do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter 
tido junto e não tivemos,por todos os shows e livros e silêncios que 
gostaríamos de ter compartilhado, 
e não compartilhamos. 
Por todos os beijos cancelados, pela eternidade. 

Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas 
as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um 
amigo, para nadar, para namorar. 
Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os 
momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas 
angústias se ela estivesse interessada em nos compreender. 
Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada. 
Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo 
confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, 
todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar. 

Por que sofremos tanto por amor?
O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma
pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez
companhia por um tempo razoável,um tempo feliz.
Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um
verso:

Se iludindo menos e vivendo mais!!!
A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida
está no amor que não damos, nas forças que não usamos,
na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do
sofrimento,perdemos também a felicidade.
A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional..."

                                                        Carlos Drummond de Andrade


Sempre, brilhante!

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Cautela

      "É preciso que sejamos cautelosos com aquilo que fazemos, e no que acreditamos; é     necessarioque não tenhamos medo da própria sombra, e que ajamos com prudência e humanidade, de modo que o excesso de confiança não nos torne incautos, e a desconfiança excessiva não nos torne intolerantes."
                                                           (Nicolau Maquiavel)
    O trecho acima corresponde ao que chamamos de uma típica 'lição de vida'  escrita por um dos pensadores mais criticados pelo mundo com fama de 'cruel'.O único impecílio que essas chamadas 'lições de vida' que ouvimos sempre e de fontes diferentes é que essa lição é a mais difícil de todas as outras. Ora, ela não é ensinada em uma sala de aula enfeitada como o 'Be-a-Bá'; e também nunca recebemos um diploma no final do curso para termos certeza que de aprendemos tudo com clareza. Na verdade essas lições são atividades extra-curriculares, que é literalmente prática, e tem como campo de atuação a nossa própria vida, sendo que muitos dizem que só chegamos a entende-la completamente no fim da vida, outros dizem que alguns nunca chagam a aprende-la completamente.
    Partindo desse ponto, podemos estabelecer o pensamento do quão injusta é a lei da vida, pis quando finalmente temos o conhecimento necessario para ter uma vivência plena, mais sábia e feliz já estamos na velhice, às vezes sem as pessoas que amamos para poder dividir a felicidade, sem as condições físicas de antes, quando todos lhe diziam 'tenha cautela, você tem a vida toda pela frente'.


      "A coisa mais injusta sobre a vida é a maneira como ela termina. Eu acho que o verdadeiro ciclo da vida está todo de trás pra frente. Nós deveríamos morrer primeiro, nos livrar logo disso. Daí viver num asilo, até ser chutado pra fora de lá por estar muito novo. Ganhar um relógio de ouro e ir trabalhar. Então você trabalha 40 anos até ficar novo o bastante pra poder aproveitar sua aposentadoria. Aí você curte tudo, bebe bastante álcool, faz festas e se prepara para a faculdade. Você vai para colégio, tem várias namoradas, vira criança, não tem nenhuma responsabilidade, se torna um bebezinho de colo, volta pro útero da mãe, passa seus últimos nove meses de vida flutuando. E termina tudo com um ótimo orgasmo! Não seria perfeito?"                                                                                                                                           (Charles Chaplin)
    Mais gratificante seria se a Lei da Vida adotasse Chaplin como seu mentor. Talvez o conhecimento adquirido na velhice pudesse ser utilizado com êxito na chamada 'juventude', talvez a vida acabasse de um jeito menos doloroso ou ainda...fosse tudo do mesmo jeito só que te maneira invertida. Então qual a receita para uma vida feliz?
    "Ser feliz não é ter uma vida perfeita, mas humildade para reconhecer os erros, sabedoria para receber uma critica injusta, coragem para ouvir um 'não', sensibilidade para dizer 'eu te amo' e despreendimento para dizer 'eu preciso de você'"                                                                                                                                                    (Augusto Cury)


   Pelo que sei a resposta perfeitapara essa pergunta acredito que ninguem nunca formulou, penso que ela não poderia ser escrita completamente assim como uma teoria, que universifica, o que jamais acontece com a vida, cada vida, cada pessoa, uma se distingue da outra por motivos socias, culturais, familiares ... Algumas pessoas tentam buscar essa resposta recorrendo à doutrinas, religiões, ciência, alguma até desistem. Eu? eu vivo com certa cautela, um dia de cada vez.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Diante dos Olhos

 

   Em um cenário diferente, mas com a mesma peça narrada e vivida.
  É como se estivesse em uma prisão, mas sem motivações para tentar a liberdade, como se por trás das muralhas houvesse um destino ainda mais distante dos sonhos. Por outro lado, é como se nessa prisão houvessem momentos de felicidade intensa, sem os quais a vida se tornaria amarga e sem sentido.
  Como interpretar esses momentos de felicidade intensa? Ora, sendo apenas migalhas de uma felicidade que na verdade é mais uma dependência, ou, um presente...o resultado de que tudo vale a pena?
  A resposta está distante...ou diante dos olhos!